Animais “menos fofos e carismáticos” estão em desvantagem na luta pela sobrevivência, diz estudo

Em todo o mundo existem diversas espécies extintas ou com grandes riscos de extinção, realidade que segue em constante aceleração devido às mudanças climáticas e demais efeitos da ação humana no planeta. Para observar essas espécies, os cientistas e pesquisadores procuram por vestígios ou demais pistas a fim de encontrar algum registro recente. Porém, algumas dessas espécies ficam perdidas e, podem até não estar definitivamente extintas, mas também não aparecem nos registros científicos. 

As espécies ganham o status de “perdidas” quando não há vestígios delas há 10 anos, segundo a União Internacional para a Conservação da Natureza. Seguindo essa lógica, um estudo da revista Global Change Biology revelou que animais considerados “menos fofos ou carismáticos” têm menor probabilidade de receber atenção e proteção contra a extinção e de ter esforços  de serem redescobertos e colherem os benefícios protetores associados a essa redescoberta. Isto fez com que algumas espécies perdidas “pouco carismáticas” ao longo dos anos ficassem fora da vista humana, quando poderiam ter sido salvas com medidas como a reprodução em cativeiro ou a conservação do habitat.

Quais as problemáticas dessa situação para a preservação da vida animal?

Os resultados do estudo mostraram que animais com características como tamanho grande, pelagem fofa ou “comportamento brincalhão” tendiam a receber mais doações, ter mais artigos científicos publicados sobre eles e maior probabilidade de viver em áreas protegidas. Os autores argumentam que essa disparidade na atenção e proteção pode ter consequências graves para a biodiversidade. Eles alertam que muitas espécies “menos carismáticas” estão em declínio populacional e correm risco de extinção, mas não estão recebendo os recursos necessários para sua recuperação.

O estudo expõe a importância de considerar todos os tipos de animais nos esforços de conservação. Isso quer dizer, independente de suas características físicas, “utilidade” para os seres humanos ou qualquer outra distinção que possa acontecer. Seja através de campanhas de conscientização que elevem o perfil de espécies menos conhecidas e ameaçadas ou políticas de conservação que considerem as necessidades de todos os animais, é fundamental proteger a vida e manutenção das espécies independentemente de sua aparência ou comportamento.

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SOBRE O INSTITUTO ABOLICIONISTA ANIMAL (IAA)

O Instituto Abolicionista Animal (IAA), fundado em agosto de 2006, é uma associação civil sem fins lucrativos dedicada à abolição de todas as formas de escravidão animal. Criado por um grupo de juristas, acadêmicos e ativistas, o IAA tem como missão impulsionar pesquisas e estudos no campo do direito animal e da filosofia dos direitos animais.

A associação é reconhecida por promover debates acadêmicos e expandir o discurso jurídico em prol dos animais não-humanos, influenciando programas de pós-graduação em Direito no Brasil. Siga-nos nas redes sociais para ficar por dentro de tudo.

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