Arara-azul: incêndios no Pantanal atingiram áreas de proteção

Os incêndios que têm devastado o Pantanal chegaram a dois importantes refúgios ecológicos das araras-azuis (Anodorhynchus hyacinthinus), aves que estão sob grave ameaça de extinção. O primeiro refúgio, localizado na Estância Caiman, em Miranda, Mato Grosso do Sul, e o segundo na fazenda São Francisco do Perigara, em Barão de Melgaço, Mato Grosso, ambos são áreas vitais para a sobrevivência da espécie de arara-azul.

No mês passado, os incêndios florestais no Pantanal devastaram 80% da área de pesquisa do Instituto Arara-Azul no Refúgio Ecológico Caiman. O fogo ocorreu no início do período crítico de reprodução das araras e destruiu uma base de pesquisa com 30 anos de história e 116 ninhos monitorados.

Em entrevista à Band, Neiva Guedes, presidente do Instituto, afirma que:

“É um cenário de tristeza, eu me senti como se tivesse em uma guerra, onde soltaram uma bomba e queimou tudo”, disse.  

 

 

Os refúgios são monitorados pelo Instituto Arara-Azul, que tem dedicado anos de esforço para proteger e preservar esses animais. Na Estância Caiman, onde há um centro de reprodução natural para a recuperação da espécie, o fogo destruiu não apenas os ninhos, mas também as fontes de alimento destinadas para a sobrevivência das araras-azuis. A devastação é imensa e o impacto sobre a população dessas aves é profundamente preocupante.  

Com uma breve chuva, que trouxe um alívio temporário ao bioma, os colaboradores do Instituto conseguiram documentar a tragédia através de fotos e vídeos. Em um dos vídeos, vemos duas araras-azuis sobrevoando as árvores devastadas, onde uma vez estavam seus ninhos, agora reduzidos a cinzas. A cena é um poderoso lembrete da perda irrecuperável que enfrentamos e da urgente necessidade de ação para proteger o meio ambiente e as espécies ameaçadas.  

SOBRE O INSTITUTO ABOLICIONISTA ANIMAL (IAA)

O Instituto Abolicionista Animal (IAA), fundado em agosto de 2006, é uma associação civil sem fins lucrativos dedicada à abolição de todas as formas de escravidão animal. Criado por um grupo de juristas, acadêmicos e ativistas, o IAA tem como missão impulsionar pesquisas e estudos no campo do direito animal e da filosofia dos direitos animais.

A associação é reconhecida por promover debates acadêmicos e expandir o discurso jurídico em prol dos animais não-humanos, influenciando programas de pós-graduação em Direito no Brasil. Siga o IAA nas redes sociais para ficar por dentro de tudo.

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