Os grandes desastres e crimes ambientais não apenas causam efeitos imediatos, mas também deixam marcas duradouras no meio ambiente. Isso pode ser verificado em grandes áreas desmatadas por ação humana ou queimadas e até mesmo em casos como os desastres de Mariana e Brumadinho, que resultaram na destruição de cidades inteiras com o rompimento de barragens de contenção de sedimentos. 

A recuperação desses ecossistemas pode levar décadas ou até mesmo não acontecer. Afinal, muitos poluentes, como metais pesados e produtos químicos tóxicos, persistem no ambiente por longos períodos, contaminando o solo, a água e os organismos vivos. Tudo isso torna as condições completamente insustentáveis além disso, pode afetar a saúde humana e animal por gerações. 

Um exemplo de como os efeitos dos desastres ambientais são duradouros e impactantes é a presença de animais marinhos doentes e deformados no Espírito Santo. Os pesquisadores associação a situação a resquícios da lama tóxica proveniente do rompimento da barragem de Mariana, que aconteceu em 2015 e é considerada uma das maiores tragédias ambientais da história do Brasil. 

A lama tóxica, rica em metais pesados e outras substâncias nocivas, contaminou rios e oceanos, atingindo a base da cadeia alimentar marinha. Com isso, microrganismos, plantas aquáticas e pequenos animais absorveram essas substâncias, que se acumularam ao longo da cadeia alimentar. Entre as deformidades encontradas nos animais estão peixes com úlceras e tartarugas com conjuntivite. 

Tudo isso vai de encontro com pesquisas divulgadas que identificaram a presença de metais provenientes do rompimento da barragem na foz do Rio Doce e na costa marinha do Espírito Santo e Sul da Bahia. No entanto, apesar de muito graves, alguns dos efeitos tem a capacidade de serem revertidos, mas é necessário um grande trabalho em conjunto em diversas frentes para conseguir isso.