Uma fêmea da espécie gato-mourisco (puma yagouaroundi) foi reintroduzida à natureza no Ceará. O animal silvestre habitava ambiente doméstico, na cidade de Cariús, como animal de estimação. Após uma denúncia de violência doméstica em outubro do ano passado, a Polícia Federal realizou o resgate. No entanto, a gata só voltou a seu habitat natural esse ano. Isso porque, na época da apreensão, a felina tinha cinco meses de idade e apresentava comportamentos domésticos por conta de sua criação por humanos. 

Por todo o histórico domesticado, quando resgatada, a gata-mourisco tinha hábitos inadequados para a vida selvagem, como se alimentar de ração e busca constante por contato humano. Ou seja, enfrentaria grandes dificuldades para reintegrar ao seu habitat. Por isso, após o resgate, a encaminharam para o Centro de Fauna Silvestre (CFS) do Ceará, onde passou por um período de reabilitação. Durante esse tempo, recebeu treinamento para caçar e se alimentar sozinha, além de aprender a evitar contato com humanos.

Em maio deste ano a gata foi  reintroduzida à natureza em uma área de mata nativa no sul do Ceará. A área, cuidadosamente selecionada para garantir a segurança do animal e também a presença de suas presas naturais. O caso é um marco importante para a conservação da espécie, considerada vulnerável à extinção e está ameaçada pela perda de habitat, caça e atropelamentos. A reintrodução de indivíduos criados em cativeiro pode ajudar a aumentar a população da espécie e garantir sua sobrevivência a longo prazo.

O que o resgate da fêmea de gato-mourisco  deixa de lição para a proteção animal?

Além disso, o caso reforça que animais selvagens não devem ser criados como animais de estimação. Eles não são adaptados à vida em cativeiro e podem apresentar comportamentos perigosos para si mesmos e para os humanos. Se você encontrar um animal silvestre em perigo, entre em contato com o Centro de Fauna Silvestre mais próximo.