Fome cinzenta: falta de alimentos e água aos animais silvestres após incêndios no Pantanal

A grande série de incêndios florestais que afeta todo o Brasil e alguns países vizinhos têm efeitos perceptíveis em nosso cotidiano. Entre eles estão o ar em péssimas condições e mancha de fumaça, que torna impossível ver o céu. No entanto, para regiões importantes para a biodiversidade do país, a situação é ainda pior. Os animais silvestres, profundamente afetados pelo fogo que atinge com grande impacto as regiões do Pantanal e da Amazônia. Além da saída forçada de seus habitats naturais, esses animais silvestres sofrem a chamada “fome cinzenta”. 

A fome cinzenta é o nome dado ao desequilíbrio da cadeia alimentar da vida animal, causado pelos efeitos dos incêndios florestais. Ao perderem seus habitats naturais para o fogo, muitos animais precisam abandonar as regiões em que costumeiramente encontram água e fontes de alimentação. Nesse processo, muitos morrem e, mesmo os que conseguem escapar ou não foram vítimas dos incêndios, enfrentam dificuldades para sua subsistência. Até por isso, quadros de desidratação e desnutrição são muito comuns.  

 

A fome cinzenta e o desequilibrio da vida dos animais silvestres

Para tentar reverter a situação, voluntários e autoridades criam uma espécie de caminho de alimentação e hidratação. Isso contribui para que esses animais silvestres tenham acesso ao mínimo necessário para tentar enfrentar esse momento climático drástico. A escolha dos locais onde os alimentos foram disponibilizados partiu de um mapeamento estratégico feito por autoridades e representantes da ONG Onçafari. Em entrevista ao G1, a coordenadora da ONG, Lilian Rampim, explicou um pouco sobre a situação: 

  

A escolha dos locais se baseou na presença de açudes, ou seja, as fontes de águas que a gente mapeou – entendemos quais fontes de água ainda existiam mesmo depois do fogo – e a gente começou a ofertar esses alimentos perto às fontes de águas. Porque os animais iam precisar beber água e descobrir os alimentos perto.

  

Neste ano, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o Pantanal teve mais de 2 milhões de hectares destruídos pelas chamas. Além disso, nas duas primeiras semanas a região registrou 736 focos de incêndios.  

 

SOBRE O INSTITUTO ABOLICIONISTA ANIMAL (IAA)

O Instituto Abolicionista Animal (IAA), fundado em agosto de 2006, é uma associação civil sem fins lucrativos dedicada à abolição de todas as formas de escravidão animal. Criado por um grupo de juristas, acadêmicos e ativistas, o IAA tem como missão impulsionar pesquisas e estudos no campo do direito animal e da filosofia dos direitos animais.

A associação é reconhecida por promover debates acadêmicos e expandir o discurso jurídico em prol dos animais não-humanos, influenciando programas de pós-graduação em Direito no Brasil. Siga o IAA nas redes sociais para ficar por dentro de tudo.

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