Por que alto nível de mercúrio nos atuns persiste há décadas?

Um novo estudo publicado na revista acadêmica Environmental Science & Technology Letters, revela que os níveis de mercúrio no atum continuam altos, décadas depois de terem sido introduzidas medidas para limitar sua emissão. A persistência de altos níveis de mercúrio no atum por décadas é um problema complexo com diversas causas interligadas. Grande parte do mercúrio presente nos oceanos hoje é resultado de atividades humanas passadas, como a queima de combustíveis fósseis, mineração e produção industrial. Esse mercúrio se deposita nos oceanos e se transforma em metilmercúrio, a forma mais tóxica para os seres vivos.

 

Apesar dos esforços para redução na emissão de mercúrio, atividades como mineração artesanal e queima de carvão ainda liberam significativas quantidades do elemento no ambiente. Outro ponto é o acúmulo nos sedimentos, uma vez que o mercúrio se liga a partículas nos sedimentos do oceano, onde pode permanecer por longos períodos. Com o tempo, esses sedimentos podem ser removidos e liberados de volta na água, reintroduzindo o mercúrio no ciclo alimentar.

O atum é um predador de topo de cadeia, o que significa que se alimenta de outros peixes e animais marinhos. Como resultado, ele concentra em seu corpo o mercúrio presente em suas presas, um processo conhecido como biomagnificação. Ademais, algumas espécies de atum podem viver por décadas, acumulando mercúrio ao longo de suas vidas. Ou seja, a persistência do mercúrio nos atuns é resultado de um legado de poluição ambiental, características do próprio atum e fatores oceanográficos. 

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SOBRE O INSTITUTO ABOLICIONISTA ANIMAL (IAA)

O Instituto Abolicionista Animal (IAA), fundado em agosto de 2006, é uma associação civil sem fins lucrativos dedicada à abolição de todas as formas de escravidão animal. Criado por um grupo de juristas, acadêmicos e ativistas, o IAA tem como missão impulsionar pesquisas e estudos no campo do direito animal e da filosofia dos direitos animais.

A associação é reconhecida por promover debates acadêmicos e expandir o discurso jurídico em prol dos animais não-humanos, influenciando programas de pós-graduação em Direito no Brasil. Siga-nos nas redes sociais para ficar por dentro de tudo

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