O Brasil tem posição central no tráfico de animais

O Brasil, por sua rica biodiversidade e vastas áreas de floresta, se tornou um dos principais centros do tráfico de animais no mundo. É uma atividade criminosa complexa e com graves consequências para a biodiversidade. Um problema grave e lucrativo para os criminosos, ocupando a terceira posição entre as atividades criminosas mais rentáveis do mundo. O que dificulta muito o combate e a fiscalização.

Sobre o assunto, o delegado Guilherme Dias, chefe da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente do Paraná, destaca a rica biodiversidade brasileira como um dos principais motivos para o país ser um centro de fornecimento de diversas espécies da vida selvagem, destinadas a diversos fins como:

  • Culinária
  • Pesquisas ilegais
  • Produtos de beleza
  • Comércio ilegal de animais de estimação
  • Confecção de joias

 

Em entrevista concedida à ONU News, o delegado Guilherme Dias aponta que:

“No Brasil o tráfico de barbatanas para servir à culinária é muito presente, o tráfico de rãs amazônicas venenosas, utilizadas para pesquisa e para fins estéticos, em virtude do seu veneno, também é muito presente. O tráfico de araras. Veja que existem muitas araras que são levadas, os ovos dessas araras em coletes nos aeroportos para que esses animais sejam destinados ao tráfico internacional”.

 

O delegado também alerta sobre a atuação de grandes redes criminosas que utilizam as redes sociais para comercializar animais silvestres. Operações policiais recentes resultaram na apreensão de grandes quantidades de produtos provenientes do tráfico e na prisão de diversos criminosos. A preservação dos animais resgatados é outro desafio. O Conservatório Onça Pintada, do qual Dias é embaixador, trabalha para reabilitar e soltar esses animais na natureza, contribuindo para a conservação da biodiversidade.

 

Qual o impacto do tráfico de animais silvestres?

O impacto do tráfico de animais silvestres é profundo e afeta não apenas a biodiversidade, mas também o equilíbrio dos ecossistemas. Essa prática, destinada especialmente ao comércio ilegal de animais, o que coloca em risco a sobrevivência de diversas espécies, uma vez que os mais diversos tipos de animais são retirados de seus habitats e transportados em condições precárias para outros estados e até mesmo países, comprometendo os esforços de conservação e trazendo grandes riscos as espécies.

A ONU propõe ações em múltiplas frentes contra o tráfico de animais silvestres, o que inclui medidas que combatam a demanda por produtos ilícitos de animais selvagens, além de atacar a oferta e os fluxos de transporte. Além disso, as intervenções multifacetadas englobam o engajamento político de alto nível, o fortalecimento da aplicação da lei, a interrupção dos mercados ilegais, a educação e a sensibilização do público, e o apoio às comunidades locais. O objetivo é atacar o problema de forma abrangente e sustentável, com ações em diversas áreas interligadas.

 

SOBRE O INSTITUTO ABOLICIONISTA ANIMAL (IAA)

O Instituto Abolicionista Animal (IAA), fundado em agosto de 2006, é uma associação civil sem fins lucrativos dedicada à abolição de todas as formas de escravidão animal. Criado por um grupo de juristas, acadêmicos e ativistas, o IAA tem como missão impulsionar pesquisas e estudos no campo do direito animal e da filosofia dos direitos animais.

A associação é reconhecida por promover debates acadêmicos e expandir o discurso jurídico em prol dos animais não-humanos, influenciando programas de pós-graduação em Direito no Brasil. Siga o IAA nas redes sociais para ficar por dentro de tudo.

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