Apesar do constante aumento na preocupação da população com o meio ambiente, os consumidores ainda não priorizam produtos ecológicos em suas compras. É o que revela o estudo do BCG (Boston Consulting Group) que aponta ainda que, 69% das pessoas que participaram da pesquisa se declara preocupada com a sustentabilidade, no entanto, apenas 23% consideram isso na hora de adquirir um produto e 7% o fizeram recentemente. Isso é ainda mais presente no mercado de alimentos.
Em outro estudo do mesmo instituto, agora baseado nos padrões de consumo da população brasileira, apontou que 33% dos brasileiros ouvidos consideram com frequência a sustentabilidade em suas compras diárias de bebidas, jantar e vestuário. Além disso, mais de 40% sabem e reconhecem os impactos na crise climática e adotam comportamentos menos danosos ao planeta, como reciclagem, diminuição nas compras de roupas e calçados e redução no uso de embalagens plásticas.
No entanto, fatores econômicos ditam que as pessoas sigam ou não esses pensamentos. Uma das justificativas que o estudo aponta é o “green premium”, ou seja, o custo ainda elevado dos produtos sustentáveis. Até por isso, a pesquisa destaca a importância da inovação para tornar os produtos sustentáveis mais acessíveis e atraentes para os consumidores que de alguma forma já tem a preocupação com o meio ambiente.
Qual a solução para que produtos ecológicos se tornem mais acessíveis ao público?
A inovação tecnológica é fundamental para superar os desafios e acelerar a transição para um modelo de produção e consumo mais sustentável. Sobre isso, o estudo usou o termo “deep tech”, que engloba tecnologias avançadas como inteligência artificial, bioengenharia e robótica, como uma possível alternativa na produção de produtos mais sustentáveis e eficientes. No entanto, essas práticas ainda enfrentam problemas de regulamentação e incertezas.
Apesar da pesquisa mostrar um potencial de pessoas que poderiam mudar seus hábitos de consumo caso os produtos fossem mais acessíveis, é importante ressaltar que já existem possibilidades reais de fazer isso. No caso do vestuário, diminuir o consumo e priorizar por peças-chave e feitas de materiais duráveis. No caso da alimentação, optar por uma alimentação vegetariana, fazer suas próprias comidas e adquirir itens vindos de produção familiar, ou mesmo plantar suas próprias hortaliças e legumes.
SOBRE O INSTITUTO ABOLICIONISTA ANIMAL (IAA)
O Instituto Abolicionista Animal (IAA), fundado em agosto de 2006, é uma associação civil sem fins lucrativos dedicada à abolição de todas as formas de escravidão animal. Criado por um grupo de juristas, acadêmicos e ativistas, o IAA tem como missão impulsionar pesquisas e estudos no campo do direito animal e da filosofia dos direitos animais.