Maiores marcas da moda estão longe de atingir metas climáticas

Assim como grande parte das cadeias produtivas do mundo, a indústria da moda tem um impacto significativo no meio ambiente. Não é segredo que o consumo desenfreado e a cultura do “fast fashion”, que leva ao descarte acelerado de roupas e calçados, é um enorme problema também ambiental. Isso porque, para atender as demandas, a produção consome grandes quantidades de água, energia e outras matérias constantemente. Esses processos geram resíduos, poluição e emissões de carbono. 

No entanto, é impossível não reconhecer a influência da indústria da moda na sociedade. O que poderia significar uma força importante para mudanças no cenário ambiental complicado que enfrentamos. Porém, a Fashion Revolution, movimento ativista pela reforma da indústria da moda, trouxe dados alarmantes que demonstram que boa parte das grandes e influentes marcas não mostram preocupações ou ações reais para diminuir os impactos ambientais.  

Moda e meio ambiente: relatório mostra que a indústria não é transparente sobre metas climáticas

 

No relatório What Fuels Fashion? (O Que Alimenta a Moda?), o movimento ativista traz dados que mostram grande deslocamento da indústria da moda com relação aos esforços para minimizar o aquecimento global e a crise climática. O material analisou e classificou 250 das maiores marcas de moda do mundo. Com base na divulgação pública de ações relacionadas ao clima e a energia. Diferentemente de outros segmentos, as metas de redução na moda são menores e a transparência também. 

Descarbonização: o relatório mostra que 24% das maiores marcas de moda do mundo não divulgam nenhum dado sobre a descarbonização. Além disso, apenas 47% das marcas divulgam metas sustentáveis e apenas 42% informam progresso em relação a essas metas. Entre as marcas que divulgam esse progresso, apenas 42 reportam aumentos nas emissões de carbono. 

Metas climáticas: as informações disponibilizadas mostram que a indústria da moda está muito atrasada nas metas climáticas e na redução de emissões de carbono. Segundo a Fashion Revolution:

  • 94% das empresas avaliadas não tem uma meta pública de energia renovável
  • 92% delas não possuem uma meta pública de eletricidade renovável para suas cadeias de suprimento.
  • Nenhuma grande marca de moda divulga o uso de eletricidade de sua cadeia de suprimento em tempo real. 

Desperdício de recursos: 89% das grandes marcas não informam a real quantidade de roupas produzidas anualmente. Isso mostra que a indústria prioriza a exploração de recursos, evitando a responsabilização pelos danos ambientais associados à produção. 

Como a indístria da moda poderia mudar o panorama climático?

O relatório segue com diversos outros pontos de atenção que demonstram uma falta de compromisso com questões ambientais por parte de grandes marcas de moda, que anualmente faturam bilhões. A indústria da moda possui um potencial enorme para promover mudanças positivas, mas ainda não o faz e nem é cobrada por fazer. No entanto, essa é uma transformação possível e que poderia tornar o setor um exemplo de responsabilidade e inovação, mas antes, é necessário o empenho para isso. 

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SOBRE O INSTITUTO ABOLICIONISTA ANIMAL (IAA)

O Instituto Abolicionista Animal (IAA), fundado em agosto de 2006, é uma associação civil sem fins lucrativos dedicada à abolição de todas as formas de escravidão animal. Criado por um grupo de juristas, acadêmicos e ativistas, o IAA tem como missão impulsionar pesquisas e estudos no campo do direito animal e da filosofia dos direitos animais.

A associação é reconhecida por promover debates acadêmicos e expandir o discurso jurídico em prol dos animais não-humanos, influenciando programas de pós-graduação em Direito no Brasil. Siga o IAA nas redes sociais para ficar por dentro de tudo.

 

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